MENTES QUE MENTEM
A mente é uma constante armadilha
Vê pregos mesmo inexistentes
Em todos os lugares
Pronta para martelá-los sem dó nem piedade...
É uma cilada sempre em disparada
A mente sempre se prende fora de si
Uma armadilha que sempre nos sequestra
Uma orquestra bizarra que na marra nos amarra
Que nos drena enfaticamente a energia...
Tudo na mente é dualidade paralela
Por isso a gente sonha
Por ser a mente tão desconhecida e tão medonha!
É preciso muito equilíbrio e sinergia
É tornar-se um ébrio que em meio a sua fuga itinerante
Volta-se pro seu eixo da obsolescência
Sem tornar-se preso de sua própria e louca abstinência...
Ter-se e dar-se tempo para não ser escravo de si mesmo
É preciso buscar alguma forma a esmo de convecção
Como se a ilha de sua ilusão existisse
E que fosse deserta apenas na sua mente
Esvaziar-se é uma coisa rara e cara
Deixar-se ir como a água
Que não se deixa discutir com os obstáculos
Amolda-se sem resistir
Assim devemos deixar a mente
Vazia sem inquilinos e sem visagens
Somos viajores em imperdíveis viagens
Pois que no mundo todos somos vizinhos
E passageiros sem bagagens...