Sonho
Uma visão esplêndida
Da silhueta nua
Na penumbra da lua
A mulher amada
Embate preferido há dias.
Desejo ardente
Amanheceu contundente
De tê-la nos braços.
Anseios recalcados
Emoldurado na argamassa dos dias
Cena tórrida de TV.
Moeda tirada da fé do povo humilde
Que enriquece ladrões de plantão
Atentos aos desvalidos tementes
Crentes no Deus presente na mídia
Fiel angustiado, suprimido da razão.
A vontade de Deus é saciada aos poucos
Porém paga de maneira cara
Pois mantém o ladrão por anos no posto.
Fui e sou roubado de novo.
Na aparição escura
Do esplendor da lua
A penumbra nua
Da silhueta crua desta rua.
Visão já apagada da memória com um mata borrão
Muda a cena, mas o cenário permanece neste sonho incauto.