Sonho

Uma visão esplêndida

Da silhueta nua

Na penumbra da lua

A mulher amada

Embate preferido há dias.

Desejo ardente

Amanheceu contundente

De tê-la nos braços.

Anseios recalcados

Emoldurado na argamassa dos dias

Cena tórrida de TV.

Moeda tirada da fé do povo humilde

Que enriquece ladrões de plantão

Atentos aos desvalidos tementes

Crentes no Deus presente na mídia

Fiel angustiado, suprimido da razão.

A vontade de Deus é saciada aos poucos

Porém paga de maneira cara

Pois mantém o ladrão por anos no posto.

Fui e sou roubado de novo.

Na aparição escura

Do esplendor da lua

A penumbra nua

Da silhueta crua desta rua.

Visão já apagada da memória com um mata borrão

Muda a cena, mas o cenário permanece neste sonho incauto.

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 10/05/2014
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