Por quantas...
Por quantas vezes dizemos não ao que o nosso corpo nos fala, ou a nossa mente? Ou o nosso instinto?
Somos sempre avisados que algo está errado. Mas se somos avisados por que teimamos? O que faz com que arrisquemos muitas vezes nosso equilíbrio?
Mas por que não costurar um pensamento a outro com o fino véu da realidade, cortina transparente que nos mostra muitas vezes o inatingível princípio do nada. Mas se o nada na sua forma metálica adornar a nossa própria essência?
E se nesta essência virada como um pote aberto deixando goticular o que realmente procuramos em alguém ou em alguma coisa? Poderia eu na minha loucura ou lucidez filosofar da relação da folha com o vento e ainda sim ficar preso? Onde? Na terra que me absolve e mesmo assim sem ser semente gera outra emoção, e se por ventura só cair nos primeiros dias do Outono ainda assim geraria a mesma emoção? Por que não perder tudo só pelo prazer incomensurável de amar e ser amado, mesmo que seja por segundos, minutos horas e quiçá anos? Que preço pagamos para andar com o coração na mão e vê-lo com nossos próprios olhos bater desprotegido sobre o Sol causticante ou os temporais da vida,ou até mesmo vê-lo sendo fatiado e digerido por bocas famintas? Que nem sequer sentem o sabor do que comem? Mas o que importa se nossas lágrimas salgarem a carne etérea de nossas almas pelo puro prazer de amar e ser amado, mesmo que pelo tempo de um suspiro. E fenecer de amor em vida...