Abutres

Chovem os sons da fúria

paisagem na escuridão

mundo o deles triste esse

quando aparece uma menina

trovão brilhando indiferente.

Fixo imóvel a expressão de cada um

olho de perto suas mãos

abutres vigilantes da felicidade

trazendo a faca e a palavra

para a mentira desconcertante.

Mas mesmo assim são meus olhos

que escrevem amor em versos

nas manhãs brandas de luas subidas.

Helena Correia
Enviado por Helena Correia em 10/09/2013
Reeditado em 10/09/2013
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