Abutres
Chovem os sons da fúria
paisagem na escuridão
mundo o deles triste esse
quando aparece uma menina
trovão brilhando indiferente.
Fixo imóvel a expressão de cada um
olho de perto suas mãos
abutres vigilantes da felicidade
trazendo a faca e a palavra
para a mentira desconcertante.
Mas mesmo assim são meus olhos
que escrevem amor em versos
nas manhãs brandas de luas subidas.