Tânatos
*
Deus sabe o quanto gosto de beber
O teu veneno.
Cada gota ácida que corrói
Meu orgulho
Meu Ego
Essa cicuta
Dilata minha razão
O peito trêmulo
Embebe em êxtase
A dor aguda e
Prazerosa da vida que se acaba.
O cheiro da morte
O cheiro das flores
Tua língua de fogo
Queima as minhas vaidades
Queima as minhas esperanças
Lambe meus tabus.
Uma mão tira-me o ar
A outra tira-me o medo
Conduz-me vigorosamente ao fim.
Mas, pura humanidade e
Vilania. Digo não!
Bebo água.
Tomo remédio.
Confesso pecados.
Digo não!
...
Só Deus sabe quanto gosto de beber o teu veneno.
*