cotidiano

sou um cidadão

atarefado

chuto o monte

no meio da

rua

pego o talão

de água

corro até o bebedouro

porque

a sede mata

quem ainda não morreu

de fome

por aqui?

furo

o sinal vermelho

paro

no meio da faixa

e começo

a chorar

sou um cidadão,

ser

humano

estou com

o nariz seco

de tanto

trans-

pirar

dióxido de carbono

deixa?

eu te cheirar?

corro

para

atravessar a rua

mas não

chego a lugar algum

o meu tempo

esgotou

foi pelo

esgoto

para o fim

do mundo.

Eugênio de Moraes
Enviado por Eugênio de Moraes em 21/05/2013
Código do texto: T4301749
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