OS MEUS EUS E OS QUE NÂO O SÃO
Por mais que eu descreva os meus ais
Por mais que a vida toda, não tenha sido ouvida,
Por mais que eu derrame lágrimas no oceano
E o meu pranto se misture ao sal,
Por mais que eu ame sem ter sido amada
Que o meu tempo passe quase sempre em branco,
Que eu desnude minha alma em meus lamentos
Não me encontro nem comigo mesma.
Por isso às vezes sempre em meu silêncio choro meu pranto
Com sabor amargo sem ter ninguém para secar-me as lágrimas.
Procuro nas palavras que escrevo discretamente o anonimato
Fazendo assim, jamais hão de saber que falo mim mesma.