Recanto
Há um blues
A tocar na minha vitrola
Que não se cala
Num recanto, um canto mudo
No sofá da sala
Um violão calado.
Na escrivaninha, canetas e cigarros
No canto da mesa
Um café fumegante
Na cadeira, pensante
Um poeta distante
Sem inspiração, ofegante.
De um estalo
Vem esta vontade
De algo escrever
Como uma homenagem
Como um legado
Aos poetas inspirados.
Aproveito o recanto
Firmo enfim as letras
Como uma imagem da poesia
Miragem dos meus cantos
Quando aos prantos
Chorei de alegria.
29/jan/2013