DA JANELA
DA JANELA
Pela persiana
Vejo a árvore riscada
Verde esmaecido
Pela secura desvairada
Ao fundo a grade vermelha
Sensação de segurança
De segurança não é centelha
Apenas esperança
Mais a frente
Um poste lotado de fios
Que parecem pavios
Levando guerra pelos cabos
Para o refúgio dos diabos
Depois o azul infinito
Muito muito bonito
Lugar de paz
Se é que é capaz
O negro do asfalto
Os muros das casas
Trazem o medo do assalto
Insegurança cria asas
Essa é a visão que tenho
Escondido na janela
Poderia ser mais bela
Mas afinal esse é o desenho