Grades

Pelos becos da cidade

Lá no pelô

Rebeldes de causas perdidadas

Fingem viver

Ninguém lamberá

Suas feridas

A lua cala a tua voz

Pelos becos da vida

Ninguém tem três sentidos

Cheiro alcóol

Fumo o estampido

Ninguém viu

Ninguém fala

Ninguém ouviu

Nada

Nada não

Homens associais

Vendem por um preço barato

As suas vidas

É proíbido dever e não pagar

O barato sai caro

No espelho da justiça

Ninguém perguntou

Espelho

Espelho meu

Há alguém no mundo

Mais fraco

Mais covarde

Mais cruel do que eu

Mais

Feio

Temido

Do que eu

A sociedade do consumo clandestino

Do amor

E do ódio

Sob o sol de verão

Perseguição e morte

Na cidade do azar

Perseguição e sorte

Na cidade do limbo

A noite tem estrelas cadentes

Caindo

O dia tem escurião vigente

Na casa do demônio mais uma rebelião

Ouço a sirene

Dorinha Estrela

Vem me socorrer

Vem coração

Não me deixa morrer

Trava

Trava poeira

Pó travador

Trava os dentes dos Boyzinhos decadentes

Trava

O barato sai caro

Na casa do demônio

Pelos becos da cidade bacana

É Feira de Santana

É Salvador

Cheiro

Fumo

Alcóol

Ouço o som de telefones celulares

O morcego alçoou vôo

Eu vou cair fora daqui

O morcego alçôou vôo

Eu vou sair da cidade em po eirada

Na casa do morcego não tem mais vaga

Mas a sirene anunciou

Tem mais um mané chegando

Vem mais um

Vencido

Pelo sistema vampiro sugador

Amor e ódio

De baixo do sol clandestino

E no céu cai mais uma estrela : um homem

Vem Dorinha Estrela

Vem me socorrer

Vem borboleta

Vem voando

Me leva para a próxima flor

Não me deixa querida

Morrer na solidão

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 03/08/2012
Reeditado em 04/08/2012
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