SEM RIMA 100.- ... garota ...

A garota mais garota de todas as garotas é "Garota de Ipanema". Na wikipédia acho uma história, abreviada, da letra da canção do Antônio Carlos Jobim:

"A versão original da música, com o nome de 'Menina que passa', era diferente e continha a seguinte letra, composta por Vinicius:

Vinha cansado de tudo

De tantos caminhos

Tão sem poesia

Tão sem passarinhos

Com medo da vida

Com medo de amar

Quando na tarde vazia

Tão linda no espaço

Eu vi a menina

Que vinha num passo

Cheio de balanço

Caminho do mar

"Porém, nem Tom nem Vinicius gostaram da letra da canção. Então a versão definitiva foi refeita mais tarde por Vinicius, inspirado em Helô Pinheiro, que passava frequentemente em frente ao Bar Veloso (hoje Garota de Ipanema), em Ipanema."

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Garota_de_Ipanema /

http://www.youtube.com/watch?v=KJzBxJ8ExRk)

Poderá alguém aperfeiçoar,

não a letra primitiva,

mas apenas estes versos,

poucos versos, da letra

que o Jobim e o Vinicius dialogam:

"Moça do corpo dourado

Do sol de Ipanema

O seu balançado é mais que um poema

É a coisa mais linda que eu já vi passar."

Porém, não entendo a invocação

do poeta à soidade e à tristeza

justamente quando a beleza passa.

Certo, passa sozinha... Beleza? Sozinha?

Pode a beleza, se beleza, ser e transitar

sozinha? Não será sempre

acompanhada dos olhos que a contemplam?

Dos corações que se lhe rendem submissos?

Das mãos nervosas que procuram

acariciá-la? Ah, o poeta... os poetas!

Sentem e, quando sentem, erram tanto quanto

sentem, porque de todo o verso brotam

flores que nunca murcham: Maior erro

não cabe imaginar neste mundo...

Flores, belezas, flores persistentes, eternas belezas!

Essa feliz contradição foi bem percebida

(além de sentida e cantada)

pelo poeta e o seu trovador:

"Ah, se ela soubesse

Que quando ela passa

O mundo inteirinho se enche de graça

E fica mais lindo

Por causa do amor."

Já nem o poeta nem a beleza que passa

habitam na tristeza, impossível é que a tristeza

habite neles: beleza e graça subsequente

são fonte de amor; se há amor, fogem

a tristeza e a soidade e a saudade...

Eis que com a beleza acampam entre nós,

certos, o amor, as carícias, os gozos...!