O REPOUSO ETERNO

O REPOUSO ETERNO

Não me foi dado ter pátria

Vivi em brincadeira, um pária

Na minha seara não cresce o trigo

Sempre fui visitante, não tive abrigo

Nunca me alimentei de pão

Ninguém, jamais me estendeu a mão

Quando vivo, calado suportei a dor

Ainda assim espargi muito amor

Mudo seguia os desígnios de DEUS

Alguém nunca ouviu os gemidos meus

Sempre fui relegado e ignorado

Num túmulo perdido fui enterrado

Não fui do barro moldado

Tão pouco... nem queimado

Aspirava em vida, só sorrir

Obrigaram-me enfim, a bramir

Rasguei o verbo, nunca fui medroso

Virá o eterno repouso?

Sob uma lápide escura?

Transformar-me-ei em pedra dura.

(julho/2010)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 14/02/2012
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