Um morto vivo
Com cansados olhos,
Pernas tremulas e mente insuportavelmente pesada,
Vou caminhando, sentindo na pele o ardor de estar vivo.
Com vergonha do passado, medo do presente e ânsia do futuro.
E assim vivo, tentando esconder o que fiz,
Com medo de arriscar hoje,
Almejando um futuro inexistente,
Me transformando em um morto vivo.
O que adianta ? senti e não dizer que sinto,
Amar e não dizer que amo,
Sofrer e morrer sofrendo.
O que adianta ? viver como se nunca fosse morrer,
E morrer como se nunca Houvesse vivido.
O que adianta ? viver como se não estivesse vivo.