Ser, humanos

Ainda há tempo de curar a Terra

Honrar a aliança da guarnição

Desabrochar os sonhos férteis

de esperança

Qual despertar de um sono longo

de omissão

Reconhecer na pele a dor da traição

Mesclando às suas águas lágrimas

de sangue

Até acender no peito o arrependimento

E ascender à altura do impossível tempo

Ainda temos forças de nos debruçar

Beijar o fel que a fizemos derramar

Verter estrelas em seu ventre fustigado

Em suas carnes pulsar o coração magoado

Ainda há tempo de lamber feridas

Purgar o pus que vaza de memórias

No cósmico e no erótico

Parir a alma do imundo

Do mais profundo fundo

Ser mais amor ao mundo

Lídia Carmeli
Enviado por Lídia Carmeli em 01/11/2011
Reeditado em 02/11/2011
Código do texto: T3311875
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.