REVIVENDO A INFÂNCIA!
A cinta não resolve tudo
E a arte já nasce com a gente
Que vive a descobrir coisas
De modo sempre diferente
Na porteira se reunia o gado
Era a hora de recolher
Bois e vacas que ali estavam
Esperavam para comer
Foi então que eu tive a idéia
E estava com tudo na mão
Passear agarrado nas guampas
Seria uma boa distração
Minha pele eu não arriscava
Sempre tinha era a intenção
Mas comigo ao lado estava
Aquela que seria a solução
Avistei logo de entrada
E sem planejar no mal
Quis vê-la logo montada
E só pensei no animal
Mandei que pulasse nas guampas
A cobaia que ali estava
Naquele que seria o veículo
Da tão grande passeada
Ah coitada! Isso eu não esperava!
Pendurar-se nas guampas da vaca
Até que seria moleza
O fato é que eu não sabia
Que isso tornaria em tristeza
O bicho na porteira estava
Quando a menina saltou
E o animal ficando assustado
Deu um passo e retornou
A vaca baixou a cabeça
E a guampa fugiu da mão
Deixando a tal guria
De boca lambendo o chão
Que desesperação!
De cara ficou a menina
Na merda fresca da vaca
O sangue ia vertendo
E ela com a boca mexendo
Misturando naquela bosta
Era um mar de sangue sem fim
Os dentes cortaram a língua
E a garota ficou assim
A culpa não foi da vaca
Nem mesmo da pobre menina
O salto só deu errado
Porque a vaca voltou um bocado
Chorando e respirando
Com a cara naquele estrume
Que pra minha infelicidade
Agi como de costume
Paralisada ali eu fiquei
Com aquela experiência
As marcas daquele ato
Em minha memória gravei
Mas esse não foi todo mal
Pior mesmo é quando fica o lamento
Das feridas que continuam
E não podem ser levadas ao vento