HOMEM: CASO PERDIDO

HOMEM: CASO PERDIDO

Somos e não somos ninguém

Colocamos nossas máscaras mortuárias e aceitamos a derrota

Nossos desejos são de uma geração de mortos

Batemos nas pedras pelos caminhos; e...

Mesmo sabendo que a batalha está perdida cantamos

Não uma linda melodia infantil: ciranda, cirandinha...

Mas uma canção de guerra, que leva à morte

Somos casos perdidos... ainda que jovens

O passado passou, o nosso corpo não tem sangue

As pedras se negam a obedecer nossa vontade

Somos fruto do acaso... presos a profunda falta de respeito

Os fantasmas da vida... Zumbis subversivos

Tanta potência nos golpes e não causam dor

A vida que se esvai... O luto é a esperança

Somos uma geração feita de pó

Para não dizer a hemorragia de ideais intangíveis

De que adianta reclamar desta rebeldia

Jamais conseguiremos a verdadeira ordem das coisas

Nossas almas estão ressentidas com o peso do copo

E desesperados clamamos pelo gênio da sorte

De que adianta motins... nossa independência é falsa

Nossos sonhos... são de velhos mártires esquecidos

Fisicamente somos seres sem vida, mas não inanimados

Somos a fraqueza personificada na nossa existência

E de boca aberta esperamos que alguém resolva agir

E o tempo, nosso inimigo já é futuro... somos comuns

Sorrimos da imagem no vidro, uma alucinação

E nossa loucura nos leva em busca de luz

(abril/2007)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 11/10/2011
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