HOMEM: CASO PERDIDO
HOMEM: CASO PERDIDO
Somos e não somos ninguém
Colocamos nossas máscaras mortuárias e aceitamos a derrota
Nossos desejos são de uma geração de mortos
Batemos nas pedras pelos caminhos; e...
Mesmo sabendo que a batalha está perdida cantamos
Não uma linda melodia infantil: ciranda, cirandinha...
Mas uma canção de guerra, que leva à morte
Somos casos perdidos... ainda que jovens
O passado passou, o nosso corpo não tem sangue
As pedras se negam a obedecer nossa vontade
Somos fruto do acaso... presos a profunda falta de respeito
Os fantasmas da vida... Zumbis subversivos
Tanta potência nos golpes e não causam dor
A vida que se esvai... O luto é a esperança
Somos uma geração feita de pó
Para não dizer a hemorragia de ideais intangíveis
De que adianta reclamar desta rebeldia
Jamais conseguiremos a verdadeira ordem das coisas
Nossas almas estão ressentidas com o peso do copo
E desesperados clamamos pelo gênio da sorte
De que adianta motins... nossa independência é falsa
Nossos sonhos... são de velhos mártires esquecidos
Fisicamente somos seres sem vida, mas não inanimados
Somos a fraqueza personificada na nossa existência
E de boca aberta esperamos que alguém resolva agir
E o tempo, nosso inimigo já é futuro... somos comuns
Sorrimos da imagem no vidro, uma alucinação
E nossa loucura nos leva em busca de luz
(abril/2007)