SÓ PARA OS INTELIGENTES
A remissão dos pecados
A procissão dos pecadores
Alegrias, horrores
Tudo se encaixa
Na caixa que temos em nossas casas
A caixa de Pandora em versão digital
Com chifres demoníacos
E incursão de tudo que é bestial comercial
Massificam até fundirem-se em nossa cabeça animal
Surpresas esgotadas terminais
Desfile de marginais
Orgias de hecatombes
Crimes de toda espécie
Faculdade de novos doutores do apocalipse prisional
Da mais louca tirania até a mais banal
Formam novos mestres do mal serviçal
Somos todos iguais
Parece que a vida é um comercial
Uma marcha nupcial
Nesta gaiola de tragédias genéricas
E o pior somos nós que diante deste mote
Incredulamente sustentamos
Este monstro chamado ibope
Pela companhia da solidão que convivemos
E sem os velhos que visitamos envelhecemos
Só ela fala quando os canais escolhemos
E ela entra pelos olhos e pelo canal auditivo
É o mostruário da lente vicinal que vende tudo
Por esta vitrine exposta como um ventríloquo
Que compramos para sustentar este vício
Deste “Monstruário” televisivo
Resquício desta Budapeste da rotina
Somos nós os telespectadores
Quem os sustenta!
Sabem por que????
Só ninguém se agüenta!