ÁVIDOS CORRUPTOS
Á V I D O S C O R R U P T O S
A imprensa faz escarcéu e a polícia aterroriza
Não há cúmplice nem condenado
Mas têm grilhões de correntes nos nossos tornozelos
O carcereiro dorme e esquece a virgília
Sonhos de exílio e na cela um seixo
Acumula-se o lixo no quintal
Em seus ventres placentas podres
A puta acaricia o punhal
Não há suspeito que evade
É desconhecido o inocente
Ávidos corruptos
Reinam num único império: Brasília
Trilham espaços individuais
Tramam fórmulas mirabolantes
Fecharam as portas da democracia
Criaram trevas sobre o congresso
Mesquinhos? Vadios? Dissimulados?
Falsos democratas!
Os autoritários vão à testa
Suas tarefas lhes são sacrifícios
Juraram honestidade, mas se sopra uma brisa...
São ilhas, não estão ao alcance de ninguém
Têm línguas flexíveis
Inspiram-nos arrepios e náusea
De que nos adianta gemer?
Nos ditames da ética forjam lapsos
Escondem a verdade sob arapucas
Nas entre linhas lavam as mãos
Desinfetam-se com naftalina
As empreiteiras fazem lobby
Alinham-se os puxas sacos
Na mala vai o suborno
O erário é um bolo de quermesse
(junho/2007)