ÁVIDOS CORRUPTOS

Á V I D O S C O R R U P T O S

A imprensa faz escarcéu e a polícia aterroriza

Não há cúmplice nem condenado

Mas têm grilhões de correntes nos nossos tornozelos

O carcereiro dorme e esquece a virgília

Sonhos de exílio e na cela um seixo

Acumula-se o lixo no quintal

Em seus ventres placentas podres

A puta acaricia o punhal

Não há suspeito que evade

É desconhecido o inocente

Ávidos corruptos

Reinam num único império: Brasília

Trilham espaços individuais

Tramam fórmulas mirabolantes

Fecharam as portas da democracia

Criaram trevas sobre o congresso

Mesquinhos? Vadios? Dissimulados?

Falsos democratas!

Os autoritários vão à testa

Suas tarefas lhes são sacrifícios

Juraram honestidade, mas se sopra uma brisa...

São ilhas, não estão ao alcance de ninguém

Têm línguas flexíveis

Inspiram-nos arrepios e náusea

De que nos adianta gemer?

Nos ditames da ética forjam lapsos

Escondem a verdade sob arapucas

Nas entre linhas lavam as mãos

Desinfetam-se com naftalina

As empreiteiras fazem lobby

Alinham-se os puxas sacos

Na mala vai o suborno

O erário é um bolo de quermesse

(junho/2007)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 14/09/2011
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