Vivo morto vivo (carta ao Deus do futuro)

O ser humano que caminha desumanamente

desmente qualquer possibilidade de amparo.

Íntegro, nem sempre, porém, os requintes a que se submete

são daqueles que Deus duvida e o Diabo (muito eloqüente) aplaude.

À medida que se faz homem, faz-se também bicho.

Cruel viver este,

de um pobre e indefeso ser, que é vivo.

Será?

O posteriori não existe, hesita.

Domênica em segundo plano.

Sonolênica para quem desiste,

e vaguidão a quem insiste.

Quantos hão de adorar o mesmo deus. O mesmo sol, o mesmo ar.

Ambos são partes integrantes deste ser.

Vivo?

Porquanto se espera, acredita, enumera e faz-se presente, acima há ainda de estar assim:

Vivo.

Estaria no seu oposto se não mais maltratasse, não mais quisesse a inquerelênica de sua espécie.

Estaria, como bem sabem,

Morto.

Será esta a chave? Será ela a resposta?

Tornar-se vivo, ou morto, é questão de coerência.

De opinião.

É questão para metonímia da razão.

Estaria eu, você, todos nós...

Mortos – vivos?

Ou, quem sabe...

Vivos

(e)

Mortos.

Lorene
Enviado por Lorene em 13/08/2011
Código do texto: T3158098
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