ESTA DROGA QUE DROGA...
Não faço apologia à droga nenhuma
Mais que caminho é este que tanto acabrunha
Que mostra o “paraíso” a tanta gente de alcunha?
Desencontrada de si e dos outros na dança do cavalo manco
Deve ter alguma tinta com um matiz a mais colorida
Que não pode ser vista num mundo cinza preto e branco
Há um atalho que ninguém consegue deter
Um seqüestro em vida neste elo perdido
Que vai de encontro ao desencontro do ser
Não adianta dizer que droga não presta
Muitos vão pra esta macabra sesta
Sem ver o dia amanhecer vai se embora pela fresta
O que fazer se o ser não consegue a si deter
Se neste caminho de volta a ”pedra” lascada tudo é lodo
De frente pro espelho a morte se parece com o todo
Não adianta tanta teoria se o que mais ronda é porcaria
É triste ver o olhar triste de tantos anjos tortos
E perguntar a sepultura fria onde estão todos os meus mortos
Que poema macabro encanta tanto
Que da vida normal tanta gente afugenta
Será aqui tudo rápido demais e lá tudo é em câmera lenta?
Como segurar um drogado dizer que aquilo não presta
São inúmeros acessos e tantas são as brechas
Tantas portas se abrem e tão poucas se fecham...
OLHOS DROGADOS OLHOS ENTREGUES
COMO GADOS E RESES
NA PORTINHOLA DA MORTE VIVOS REVESES