ESTA DROGA QUE DROGA...

Não faço apologia à droga nenhuma

Mais que caminho é este que tanto acabrunha

Que mostra o “paraíso” a tanta gente de alcunha?

Desencontrada de si e dos outros na dança do cavalo manco

Deve ter alguma tinta com um matiz a mais colorida

Que não pode ser vista num mundo cinza preto e branco

Há um atalho que ninguém consegue deter

Um seqüestro em vida neste elo perdido

Que vai de encontro ao desencontro do ser

Não adianta dizer que droga não presta

Muitos vão pra esta macabra sesta

Sem ver o dia amanhecer vai se embora pela fresta

O que fazer se o ser não consegue a si deter

Se neste caminho de volta a ”pedra” lascada tudo é lodo

De frente pro espelho a morte se parece com o todo

Não adianta tanta teoria se o que mais ronda é porcaria

É triste ver o olhar triste de tantos anjos tortos

E perguntar a sepultura fria onde estão todos os meus mortos

Que poema macabro encanta tanto

Que da vida normal tanta gente afugenta

Será aqui tudo rápido demais e lá tudo é em câmera lenta?

Como segurar um drogado dizer que aquilo não presta

São inúmeros acessos e tantas são as brechas

Tantas portas se abrem e tão poucas se fecham...

OLHOS DROGADOS OLHOS ENTREGUES

COMO GADOS E RESES

NA PORTINHOLA DA MORTE VIVOS REVESES

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 05/08/2011
Código do texto: T3140277