Portas

Insistem em me trancar para não me deixar ver, e mesmo assim eu vejo algo muito além de vocês;

Suas frases ficam incompletas, só escuto o que eu quero;

E o que quero? Quero gritar, mais a minha voz não quer sair;

Não gosto de discutir mais se for preciso eu discutirei.

O meu sonho maior é que esqueçam a porta aberta, e que eu escape de uma vez;

E então correrei pra bem longe, onde não ajam paredes, correrei para os montes onde o ar se renova, onde na há portas, onde minha voz ecoará;

Quero correr para o mar mais não sei nadar;

E se eles me encontrarem? Não sei para onde fugirei!

Levaram-me pela as mãos e dirão que vai ficar tudo bem, mais eu sei que vão me trancar outra vez, mais sei que as portas vão se fechar e a luz dos meus olhos vão se apagar, e minha voz vai voltar a falhar, meu corpo, o puro ar, vai aos poucos sumindo na escuridão de um castigo imposto pelos que dizem que me tomam como um ser sem razão.

O que eles sabem sobre razão? Esquecidos por outros, eles não me esquecem, queria ser ninguém para que eles não me vejam. Qual é o limite da razão?

Quando você pararia para descansar? Você só foge e nunca há paz;

Por que a razão esta na cabeça de quem procura!

E os meus sonhos já se consumiram, e estou só;

As portas se fecham e as paredes me recolhem me sinto sem vida;

Mais eu estou aqui.

Lin Alves
Enviado por Lin Alves em 26/07/2011
Reeditado em 01/08/2011
Código do texto: T3119480
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