Quando existo
O olhar do meu cão de guarda aguçou-me
Mas o dia já tinha me feito refém
O samba nasce na laje da Cabocla
E decido novamente a existir,
Meu bem.
Ainda canto Agepê
Voltarei a olhar o que jamais tinha visto.
Provarei as goiabas de Euzélia
Quando existo.
Viverei sempre Almir Guineto.
Faço jóias os discos velhos
Molharei meu cão na água de Cayme
E o deixarei descobrir
Onde o mar se quebra.
Quando eu existo...
É quando o samba diz meu nome
E não tenho fome.
E no alento
Ocultarei o sol com o chapéu
De Adoniran
E à Euzélia
Aqui devolvo a goiaba porque da cabocla
Quero a maçã.