Quando existo

O olhar do meu cão de guarda aguçou-me

Mas o dia já tinha me feito refém

O samba nasce na laje da Cabocla

E decido novamente a existir,

Meu bem.

Ainda canto Agepê

Voltarei a olhar o que jamais tinha visto.

Provarei as goiabas de Euzélia

Quando existo.

Viverei sempre Almir Guineto.

Faço jóias os discos velhos

Molharei meu cão na água de Cayme

E o deixarei descobrir

Onde o mar se quebra.

Quando eu existo...

É quando o samba diz meu nome

E não tenho fome.

E no alento

Ocultarei o sol com o chapéu

De Adoniran

E à Euzélia

Aqui devolvo a goiaba porque da cabocla

Quero a maçã.

Uilson Silva
Enviado por Uilson Silva em 14/07/2011
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