Dançava Sem Parar.

Dançava sem parar,

Sem mendigar qualquer movimento,

Sem medo da solidão. Apenas tentando se envolver com o prazer da libertação.

Abria os braços e esticavas as pernas.

Rodopiava em frente ao espelho como se fosse um pássaro solto.

Era como uma criança: girava, girava entre sua face e via um olhar de amada.

Um sorriso encantador que envolvia suas pernas finas.

Na parafilia, sem restrições para se libertar.

Na parafina, sem ter devotos. Apenas na força de seus esforços.

Arrasou-se, extravasou-se, sem ter alguma timidez.

Era feliz, completa, esplêndida e primorosa.

Sua mente se esvaziou. Seu corpo era como uma pena; era tão leve e tão suave...

Sentia como se estivesse nas estrelas e ela era o luar.

Sentiu como se estivesse perto da areia e como se ela fosse à brisa do mar.

Era pequenina, mas sentia-se tão grande...

Estava se realizando. Suas veias se estufavam,

Seu coração acelerava e seus pés sapateavam.

No espelho, refletia o seu brilho.

No espelho, destacavam os seus movimentos de um talento nato.

Na sua raiz, dizia que o mundo ainda não a conhecia,

Mas que estava prestes a conhecer.

Na sua pele, dizia o que já teve de passar.

No seu arrepiar, de tanto se movimentar.

Em seu semblante, dizia o suor da dedicação e do espetáculo

E que tudo que vier pela frente, nada seria por acaso.

Quando olharem para ela, as bocas não se fecharão. Na mente, ficarão espantados. As mãos apenas irão aplaudir. As faces apenas irão sorrir e, nos olhos, apenas irão lacrimejar de tanto admirar.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 13/07/2011
Código do texto: T3093246
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