MUTAÇÂO DESCOLORIDA
Pequenas digressões
Pequenas discussões
Faz das desgraças
Anões que querem arranhar o céu com suas pequenas mãos
São seres das imposições
Seres das constelações escuras
No fundo somos os seres que se perderam da criatura
Tantas contradições tantas suturas no coração sem cor
Com medo e fobias do perdurável e de se fazer mais amável
Mas não, primeiro o eu sempre se ostraciza se fecha se minimiliza
Em selvas urbanas de pedras onde tudo com concreto se mistura
Cada vez que passamos pelo dia empedramos inflexíveis
E a água que dos olhos saem não tem força para torná-la maleável
Contrabandeamos a liturgia da cirurgia verborrágica e nos fechamos
Lacramos-nos com ferrolhos na boca que nos esvazia e silencia
Com uma sentinela na porta e na garganta da escadaria
Rolamos por dentro de nós sem gritaria
Uma letra foge de nossa poesia
E vemos que os gigantes
Ainda tombam como Golias...