DOIS PONTOS

DOIS PONTOS

Na pior compreensão:

ruínas interiores

As sementes plantadas:

quebradiços amores

Muitas palavras ocas:

ecos de silêncio

Os obstáculos à riqueza:

A falta de ganância

Planos indefinidos:

esquinas sujas

Um pouco de calor:

brasas do inferno

Um abrigo dificultoso:

um labirinto

Pelos os caminhos sinuosos:

sombras oblíquas

No jardim dos sonhos:

ventos soterrados

a virtude comum:

humildade individual

A pior das hipóteses:

a falta de escrúpulo

Todas amadas mulheres:

romântico solitário

Uma razão sensual:

pensamentos da perdição

A obrigação do dia-a-dia:

Qualquer trabalho digno

Sorriso de vidro:

blindagem na garganta

Falso belo amanhecer:

ofuscado pela cegueira

Ontem doce inocência:

lembranças que vão longe

A ignorância do parvo:

emprestado não é dado

Com esperança na humanidade:

perdido no universo

Os escritos no papel:

dois pontos

Os muitos amigos:

Só cachorros

A política de esquerda:

atrofia o cotovelo

A vida no futuro:

uma super nova

As pessoas se encontram:

ou partem em noites escuras

Lábios que maldizem:

experiências de dor

Olhos no deserto:

paisagens cinzas

Sobre o corpo:

anos de vida

(agosto/2001)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 04/07/2011
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