O FRENEZI DO GOZO
O F R E N E S I D O G O Z O
Meus amigos não me entendem
Os estranhos me repelem
As pedras nas calçadas não dizem nada
Até a lua está parada.
Meus sapatos se recusam a andar
Minhas roupas se rasgaram
Como?
Explica-me o que aconteceu?
Não encontro a explicação.
Ah, se já perdi a noção das horas
Se já joguei tudo fora
Agora me conta como hei de ficar
Se ao conhecer-te, dei para sonhar.
Cometemos tantos desvarios
Rompemos com o mundo
Fizemos travessuras das noites eternas
Confundimos nossas pernas
Nossos corpos entraram em languidez
O frenesi do gozo nos calou fundo
Nossas mentes se desligaram do mundo
Lentamente a seiva da vida se movimenta
Aplacaram-se nossos desejos
Tivemos orgasmos simultâneos
Nossos cérebros erraram
Perderam-se no pulsar
Nossos corações pararam
Estamos numa desordem generalizada
Nossas almas se materializaram em nada
Se nossa sorte se derramasse pelo chão
Viraria uma bagunça meu coração
Também pudera você não está aqui!
(março/2001)