Sabe o que me irrita?
Sabe o que me irrita? É ver aquelas noticias irrelevantes,
Revoltantes ao meu sistema anti-hipocrisia.
Sabe o que é ler sobre a nova moda lançada: É que o pastorzinho aceita seu cartão de débito.
Deem seu dizimo, irmãos. Vamos deixá-los mais ricos.
Não fiquem inibidos. Tirem, tirem o que têm dos bolsos e depois fiquem chupando o dedo.
Só cuidado para não comer o próprio.
Já eu não dou nada. Nem dou minha cueca desbotada, muito menos um beijinho para aquela mina de minissaia na porra da esquina.
Não sei aonde ela andou com sua boca...
Desembocam as sujeiras de um esgoto que só beneficiam uma sociedade mal distribuída.
Desentoca o júbilo dos olhos abertos para mais respeito ao desfavorecido.
Eis que rezo e peço apresso. Eis que peço justiça...
Quero ver o pastorzinho do cartão de débito lavando o chão no meio da multidão.
Essa é minha epifania por gritos mais fortes, mais contundentes.
O pastorzinho usa ternos caríssimos da moda atual. Não sei o nome dele...
Falam que é um tal de Ricardo de La Meida, Ricardo de La Merda ou Ricardo Almeida,
Enfim... Pouco me interessa.
Eu sou ainda daquela moda do Brás e da Vinte e Cinco de Março.
Enquanto você fica tomando suco de uva e pão duro em santas ceias,
Receio que, na casa deles, tomem do vinho mais caro e do pão mais crocante.
Eu sei que isso é uma simbologia,
Mas digo eu que as palavras que eles falam eu também sei falar. A diferença é que não irei cobrar.
Mas aceito cartões de crédito... Risos, risos. É uma piada!
Esta triste? Então escreva um poema ou leia um livro de auto-ajuda,
Só não ajuda essas desgraças procriarem o que eles chamam de graça.
Não caia em suas piadas sem graça.
Não dê alimento para os lobos,
Pois eles irão comer as ovelhinhas.