AFLIÇÃO

O que mais pode traduzir a sabedoria,
Que não o domínio sereno da aflição,
Retendo as angústias das incertezas,
Conformando-se com a vida ao redor.

Conformismo pelo conhecimento de si,
Mesmo antes do saber da ignorância alheia,
Ciente das suas vontades e possibilidades,
Sem sofrer com desgraças imagináveis,
Fruto da aflição que geram infinitas dúvidas.

Sábio equilíbrio de quem não se conflita,
Refutando seu próprio ser e seu pensar,
Mistificando as conclusões em dores,
Sangrando a própria carne em flagelo,
Fazendo a auto-estima rastejar escombros.

Sábio quem não se ignora em delírio,
Temendo até seus próprios medos imbecis,
Fazendo-se servil dos conflitos intermináveis,
Sem fazer emergir a estima que merece,
Que seja pela sua simples e sábia vivência.

Sábio quem se conhece e se respeita,
Fazendo do seu viver sua enciclopédia,
Apaziguando sua alma quando aflita,
Rebuscando seus próprios valores,
Na sábia forma de se querer e se gostar.


Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 07/06/2011
Código do texto: T3018882
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