Eu sinto os cheiro dos holofotes me olhando.
Eu sinto os cheiro dos holofotes me olhando.
Sinto o som do batuque. Batucam, cutucam meu nome,
Fazem o tal do fantoche.
Sinto a inveja velando olhos ardentes de invejosos.
Sinto mãos suando de olhos profundos.
Eles me olham, eles me vigiam,
Eles me seguem. São seguidores impacientes,
São seguidores de sangue e ódio.
Não dormem, não vivem seus próprios sonhos.
Eles querem engolir o meu sonho,
Mas eis que digo que o sonho é meu.
Ninguém irá comer muito menos um plebeu.
Estabeleceu o seguinte conselho de que, dos sonhos meus, eu não divido com ninguém.
É meu egocentrismo, mas eu lutei para estar aqui.
Minha sola do meu sapato ficou gasta de tanto andar,
De tantas portas bater,
De tanto me locomover.
Será difícil cuidar apenas de si?
Por que essa vontade invasiva de muitos?
Sinto muitas vezes o gosto da inveja
E o cheiro forte da própria.
E a sinestesia tilinta, então, sobre meu rosto nu.
Ninguém segura meus pesos.
Ninguém carrega meus fardos - que são muitos.
Ninguém dedica algum tempo, por menor que seja, a mim.
Ou alguém se habilita?
Se me pedir um conselho, amigo,
Direi a você: não dependa dos outros,
Pois o outros querem mais é a sua cova.
Os outros querem mais é que você se foda.