SILÊNCIO NA PALAVRA
S I L Ê N C I O N A P A L A V R A
Na lágrima derramada, um sorriso esquecido
Na amargura abafada, um desejo mantido
Na boca calada, um sussurro incontido
Um olhar desviado, na lágrima caída
Um gesto negado, na amargura esquecida
Um silêncio sufocado, na palavra engolida
Pelo sorriso demente, uma dor sufocada
Pelo desejo ardente, uma fé alquebrada
Pelo grito indecente, uma pergunta negada
Na boca esbaforida, a gargalhada debochada
Na pergunta incontida, a falsidade exaltada
Na amargura contida, a tristeza disfarçada
Uma dor desinsofrida, pela gargalhada estridente
Uma fé enfraquecida, pela alma doente
Uma dança contida, pela música descrente
De um esforço renhido, o olhar de fracassado
De um querer falido, o gesto de desesperado
De um amor tolhido, o beijo de inconformado
Da tristeza chorosa, um amor incompetente
Da falsidade prazerosa, um silêncio pungente
Da dor manhosa, um gemido persistente
Um veneno injetado, fez uma dor desinsofrida
Um beijo desejado, dado numa boca querida
Um sorriso debochado, por uma alegria tolhida
Pelo gemido manhoso, um desejo alcansado
Pelo amor prazeroso, um beijo exaltado
Pelo olhar enganoso, um querer desacreditado
Da gargalhada incontida, o escárnio alterado
Da alma poluída, o veneno injetado
Da palavra proferida, o silêncio quebrado
(junho/1998)