SILÊNCIO NA PALAVRA

S I L Ê N C I O N A P A L A V R A

Na lágrima derramada, um sorriso esquecido

Na amargura abafada, um desejo mantido

Na boca calada, um sussurro incontido

Um olhar desviado, na lágrima caída

Um gesto negado, na amargura esquecida

Um silêncio sufocado, na palavra engolida

Pelo sorriso demente, uma dor sufocada

Pelo desejo ardente, uma fé alquebrada

Pelo grito indecente, uma pergunta negada

Na boca esbaforida, a gargalhada debochada

Na pergunta incontida, a falsidade exaltada

Na amargura contida, a tristeza disfarçada

Uma dor desinsofrida, pela gargalhada estridente

Uma fé enfraquecida, pela alma doente

Uma dança contida, pela música descrente

De um esforço renhido, o olhar de fracassado

De um querer falido, o gesto de desesperado

De um amor tolhido, o beijo de inconformado

Da tristeza chorosa, um amor incompetente

Da falsidade prazerosa, um silêncio pungente

Da dor manhosa, um gemido persistente

Um veneno injetado, fez uma dor desinsofrida

Um beijo desejado, dado numa boca querida

Um sorriso debochado, por uma alegria tolhida

Pelo gemido manhoso, um desejo alcansado

Pelo amor prazeroso, um beijo exaltado

Pelo olhar enganoso, um querer desacreditado

Da gargalhada incontida, o escárnio alterado

Da alma poluída, o veneno injetado

Da palavra proferida, o silêncio quebrado

(junho/1998)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 28/05/2011
Código do texto: T2998411
Classificação de conteúdo: seguro