Nunca deixarei meus leitores!
Não há mais o que possa ser dito
E, se houver, não serei eu o palestrante.
Eu, que sou bem falho e bem discreto,
Escolhi, na discrição, o meu semblante.
Repito: Não há mais o possa ser dito.
Peço perdão aos meus leitores,
Tão fiés, frustrados como eu.
Perdoem-me por nada de bom poder dizer-lhes.
Perdoem-me por não poder tornar seus dias melhores.
Na verdade, sinto-me como um âncora:
Carrego meus pesares e despacho pela janela.
Pensando bem, sou uma alcova:
Carrego os pesadelos onde estou submergido
E nada faço para tirá-los da minha alma.
Se não os tiro, passo para quem está por perto.
Eu sou, sim, uma metralhadora de sentimentalismo.
Mais arcaico, talvez...
Sou o arco que não controla a direção das flechas.
Se eu lhe acertei, caro amigo, não se zangue
E nem se sinta privilegiado, pois meus sentimentos têm valor só para mim.
Volto ao ponto inicial, pois como o próprio diz:
Não há mais o que possa ser dito.
Prefiro não forçar a barra...
Meus conceitos lineares foram ditos.
Eu não finjo, mas, sim, eu digo: Por que vocês me adoram?
Leitores, adotem-me, pois estou carente da sede de alma.
Às vezes, sou eu quem precisa de certas palavras, mas elas nunca vêm.
Mas, pelo menos, alimento a fome de almas.
Arregaça-me e me diz porque, porque e porquê.
São tantos porquês, que eu nem sei o que falar....
São tantas interrogações, que não sei como expressar...
Posso despachar meus ruídos fluidos pelas janelas.
Posso alimentar ruídos solitários pela poesia.
Ao mesmo tempo, posso dispersar o meu tempo com coisas fúteis,
Mas nunca deixarei de dizer o que uma mente jovem pensa.
Meus pensares nem são tão evolventes,
Mas desenvolvem os espíritos lançados pelo espinho de quem quer ouvir.
Meus leitores, vou dizer algo que vem do fundo de um baú que se chama alma:
Nunca lhes deixarei.
Mesmo que um dia vocês me deixem,
Minha palavras ficarão para sempre aqui.
Vivas ou mortas,
Mas estarão aqui, pois quero alimentar as mentes fracas.
Mesmo que elas sejam fracas,
Mas meus pensares nunca desaparecerão.
Mesmo que vocês desapreciem os meus poemas e os joguem pela janela,
Mas a porta estará sempre aberta para almas julgadas.