AMOR SINTÁTICO
Lêda Torre
Foneticamente falando para mim...
meio aos teus movimentos pelas palavras,
tornei-me subordinada a ti, meu subordinante, assim...
Contraindo a função de sujeito...
num sintagma que de meu eu exige...
é na presença dos teus predicados, o efeito...
Ao conjugarmos juntos o verbo AMAR,
em todos os tempos, modos e formas é que
eu me rendo ao teu jeito de sonhar...
E como núcleo eu quero teus complementos...
o objeto direto ou indireto com teus beijos,
fico atônita, cheia de pronomes oblíquos...advérbios...
me derramo em teus momentos...
E, é nas circunstâncias secundárias...
nos adjuntos adverbiais e adnominais...
é na sintaxe do desejo, que num deserto me vejo...
em terras devolutas...o teu coração...mais...muito mais...
Na relação subordinante e eu subordinada,
é indispensável nesta mesma sintaxe do amor...
em teu calor...as contrações das funções pelas palavras...
o momento nominal do eu senhora e tu, meu senhor do amor.
Tanto faz, no período simples como no composto...
sem as tuas palavras calientes, esse amor sintático não
tem sentido se, é no oceano das palavras que eu aposto...
que sou atraída pela magia que move o amor e o coração...
numa só oração, num só amor é o que importa.
E assim,nesse amor sintático é que vamos
conjugando todos os verbos da vida, do coração
e do amor.
_____São Luis, 19/05/2011______