POETA ARQUITETO DAS POESIAS

O poeta é bem um arquiteto

Primeiro vem na planta, o projeto

Depois começa crua sua obra sem teto

Seminua cheia de imperfeições

Aos poucos vamos alicerçando os vagões

Espaços, acimentando quartos e condições de se morar

Cozinhas em erudições

Escadarias, sótãos, porões, depurações...

Engenheiros do além chegam à inspiração

Mestre-de-obra e seus peões que fazem levantar

As letras e os pilares da construção!

Crases e interrogações, divagações em torres mentais

Argamassas verbais, areias em movimento de pensamentos

Seixos de idéias, ferros em rimas e bitolas adverbiais

Depois de tudo alicerçado vêm os acabamentos prediais

Os contextos da obra, ferramentas, custos operacionais

Os telhados, a escolha da pintura nos mínimos detalhes

Para que nada fique fora do textualizar do rejunte final...

Finalmente depois de tudo concretado e azulejado

De tudo assomado na firmeza do alicerce palavriado!

Contrariando a obra o poeta começa de cima pra baixo!

Uma vez que toda estrutura começa de baixo pra cima!

E nesta prosa de versos a obra que seja entregue

Para novos moradores entrarem e elegerem

Seu condomínio como um ninho pra morar

Uma vez em que o poeta voa neste encruzilhar

Para novos ninhos criar...