Todos merecem um ar!
Sem riscos, a vida fica sem graça,
Sem abraços, a vida fica mal amada,
Sem beijos, a vida fica mal desejada.
Meus receios são de que a vida contradiz aos meus conceitos de origem;
Todos merecem um ar,
Mas nem todos têm o ar.
Nem todos respiram o ar.
Sinto falta de ar, tenho asma.
Estou pasmo.
Estou plasmático com sintonias pouco alcançáveis.
É notável que sofro conseqüências múltiplas da falência de ser acariciado.
Mal criadas são as pessoas que são programáticas a viver em seu próprio estabelecimento e esquecem dos clientes.
Esquecem dos vizinhos.
Esquecem dos oprimidos e opressores.
Esqueceram de mim, então.
Já ouvi falar desse filme.
Esse filme é velho e chato!
Mas o tal do ator ganhou um saco de grana
E tem coitados que ganham um saco nas costa de cana.
Desencana em desabrochar meus sentimentos incapazes de descrever o que sinto de verdade,
Porque a verdade que tenho para dizer é uma palavra de baixo calão.
Digo, então: pau no teu...
É, isso não combina comigo.
Sou mais do velho ditado: cada um se fode com o tal do rabo.
Pobre diabo, leva culpa de tudo.
Pobre poeta, escreve só a carência de um careta.
Não sabem de nada aqueles que optam pelo conforto das falsas palavras.
Não sabem de nada aqueles que sabem tanto, que preferem se esconder.
Menos ainda sabem aqueles que provam da carência e nada tiram de proveito.
Meu Deus, que diabos eu sei, então?