Espírito de Lutador!
Cansou, assim começa.
Começa a descrever dias infelizes.
Começa, então, a poetizar sobre dias menos incríveis,
Pois o incrível nunca acontece.
Incrível seria se fossem dias felizes.
Estampa na minha testa o suor de dias infernais.
Difícil é que cansei.
Cansei de acreditar em ditadores de falsas promessas.
De promessas estou de saco cheio.
Então diz você que posso estar perturbado?
Então a receita que você me dá é ir à igreja de qualquer esquina,
Mas sabe que me facina, pois nem precisa você me dizer isso.
Meus braços de lutas vão buscar palavras sábias para combater a tal da luta.
Mas sem luva eu luto.
Luta o desgovernado de braços tortos e de pernas mal encaixadas.
Mas não adianta, pois, em igrejas de esquina e esquina, saio com as mesmas palavras.
Fica em paz, irmão!
Mas que paz teria um lutador sendo nocauteado na sua própria casa?
Na sua própria lona?
Eis que cansa o menino lutador de revoltas.
Dizem que o mundo gira. Pode até girar,
Mas eu não saio do círculo e, com isso, nada muda.
Continua a mesma mordomia de sonos leves e de dias tensos.
Intensas são minhas poesias de infelicidades. Exalto a verdade relatada de que a vida é um saco de adversidades.
Troco farpas.
Bate então aqui na minha cara, pois de pancada eu estou acostumado.
Meu corpo nem sente mais tantas dores.
Meu corpo acostumou-se com os empecilhos impostos ao meu ombro.
Meu ombro criou uma camada de tanta sobrecarga imposta nele.
Estica os braços, então, e prega-se entre a parede.
Taque fogo então.
Que queime!
Mas as verdades dos meus sentimentos irei expressar.
Expresso sem pudor e medo.
Começo, então, a digitalizar minhas expressões de desconfiança e arrependimento.
Mas que arrependimento eu teria? É acreditar na tal da profecia de que o mundo irá acabar, mas passa tempo e tempo e não acaba.
Que chá de cadeira eu tomo.
Ah, planeta Terra, mas de terra não tem nada.
É um planeta dominado por água de tantas lágrimas derramadas de um povo que não para de chorar.
Não param de lutar os lutadores exaltados.
Exato é que isso afeta a mente de um pugilista de braços curtos.
Sua massa cefálica cinzenta adormece e isso tira seu espírito de lutador!