Desejo de uma criança...
Sim, podemos.
Sim, venceremos.
As crianças gritam...
Olho ao espelho e vejo minha imagem com desespero.
Escrevo o meu desejo.
Desejo um bolo com cereja,
Desejo viver a vida, mas, sem dúvidas, numa alimentação mal balanceada.
Vivo na ansiada de desejos particulares.
Quero uma vida mais maleável.
Meu desejo é ver o bolo.
O bolo todo do coro cantando e que seriam as crianças.
Elas acreditam em mim,
Eu acredito no sorriso delas.
Fortalece a fortaleza que se encontrava em meio às pedras.
A cada pedra removida, era um sinal de vida.
De que vida reviveu.
Renasceu o sonho da criança,
Renasceu o poeta das poesias tristes,
Enalteceu o grito,
Envelheceu os ruídos mal distribuídos numa vida bagunçada.
Ameaça a criança vítima de preconceitos,
Cresce o desejo do pouco respeito.
Colocou-se fermento
E o bolo cresceu,
Nasceu o revolucionista de particularidades mal vistas,
Mal desejadas pela sociedade.
Então, choveu sem parar.
Não consegue o revolucionista parar de poetar.
Reclamar? É um porém
Que provém de insatisfações acumulativas. Poetar.
Diz a verdade, então: que esse mundo é de ninguém.
Rabisca a folha vagabunda.
Puta que pariu! Partiu-se a folha em duas.
As linhas ficaram desalinhadas.
Rabugenta e nojenta: seria se eu escrevesse inverdades.
Mas a verdade é mais agradável à mente de um poeta crítico.
Me sinto um imortal da poesia,
Mas que hipocrisia!
Sou um mortal da vida.
Faço rimas,
Mas, ao mesmo tempo, agrido a vida.
É, sou revoltado.
Mas não sou derrotado.
Pego o carro à noite e dirijo sem parar.
Não para de chover.
Começo a falar e a gesticular.
Não paro. Sou uma máquina de reclamar.
Por que essa vida não é justa?
A criança cresceu e o seu desejo correu.
O mundo comeu de seu auto-desejo de um bolo com cereja.
O mundo é guloso
Porque ele te engoliu.
Revoltou-se, então, a mente de um jovem.
A mente de uma criança.
Crianças cheias de interrogações e com vontade de um bolo!