DESARMAMENTO (Adianta?)

Podem tirar as armas dos patifes

Matarão mesmo assim

Até mesmo com os chifres...

Podem desarmar os

Pobres diabos e seus tridentes

Mas arrancarão os olhos da população

Com os próprios dentes...

Para ser bem servido

O pervertido não precisa de munição

Sua única arma e a mais precisa

É a força da sua louca imaginação...

E a sua marca deixada como sua

Imprevisível impressão

Está na extensão de seus braços

Dois abismos negros

Escorrendo pelas mãos...

Pra se livrar do corpo e da banalização

Nem precisa usar o cão do revólver

Ao correr do gatilho glutão

É só jogar pros cães sedentos

E tá sacramentado o intento

Novos crimes vão surgindo

E novas desovas se imiscuindo

Hoje tá tudo descartado

A dor sendo exibida instantemente

E as folhas mortas caindo tristemente

A violência é a ciência do desgraçado

Em todo lugar está misturado

O sangue com a lágrima

Uma bifurcação macabra do destino

Um, a frieza do preciso esgrimador

Em seu completo desatino

A outra a revolta silente

A perda da lágrima que não volta mais

Pra sua nascente.

“E olhei e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro

Sendo este chamado Morte: e o inferno o estava

Seguindo. E foi-lhes dada autoridade sobre a

Quarta parte da terra para matar à espada, pela fome

Com a mortandade e por meios das FERAS da terra!”

(Apocalipse de João: 6,8)