O carrasco

O carrasco e seu imenso machado assustador

O amola diariamente, para cada vez ficar mais afiado

Já perdeu a conta de quantas cabeças já decepou

Nunca mostrou seu rosto, pois com um capuz está mascarado

As execuções são em praça pública

Os réus não tem chance de defesa

São ladrões, ereges, mulheres acusadas de serem bruxas

Debruçam-se sobre o mármore gelado aguardando sua triste sentença

A população assiste a tudo por momentos prendem a respiração

Enquanto um juiz retira um papel de seus bolsos

Um serviçal vem e coloca um cesto no chão

Para que a cabeça degolada do condenado

Não suje de sangue a multidão

O juiz terminou de ler o papel,

A sentença, como na maioria das vezes a morte

Raramente alguém foi absolvido

Os poucos que foram tiveram muita sorte

O carrasco homem cruel

Assassino frio e calculista

Seus olhos sedentos de sangue olham para o réu

Já o considera do corpo uma alma banida

Homem corpulento e sem coração

Impaciente aguarda a ordem do juiz que está ao lado

Enconsta a lâmina do machado no chão

Não vê a hora de usar seu machado

Eis que o juiz dá a ordem

Um simples gesto com a cabeça

Muitos que assistem fecham os olhos

Até que a lâmina afiada desça

O carrasco ergue o seu machado

O segura firmemente com as duas mãos

Não pode dar nada errado

Ou ele sera trancado em uma prisão

De repente o silêncio é quebrado

A lâmina toca o mármore gelado

Antes o cesto que estava vazio

Agora está cheio com a cabeça do condenado

O carrasco se quer sente emoção

Vira de costas, olhar frio e vazio

Vai embora arrastando seu machado pelo chão

Enquanto o corpo ainda "vivo" se debate em agonia

O sangue jorra pelo ferimento causado

O juiz ameaça e diz com ironia

Aquele que o rei desafiar

Pelo meu carrasco será

Decapitado...

Marcelo Pires
Enviado por Marcelo Pires em 19/03/2011
Código do texto: T2856971
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