O carrasco
O carrasco e seu imenso machado assustador
O amola diariamente, para cada vez ficar mais afiado
Já perdeu a conta de quantas cabeças já decepou
Nunca mostrou seu rosto, pois com um capuz está mascarado
As execuções são em praça pública
Os réus não tem chance de defesa
São ladrões, ereges, mulheres acusadas de serem bruxas
Debruçam-se sobre o mármore gelado aguardando sua triste sentença
A população assiste a tudo por momentos prendem a respiração
Enquanto um juiz retira um papel de seus bolsos
Um serviçal vem e coloca um cesto no chão
Para que a cabeça degolada do condenado
Não suje de sangue a multidão
O juiz terminou de ler o papel,
A sentença, como na maioria das vezes a morte
Raramente alguém foi absolvido
Os poucos que foram tiveram muita sorte
O carrasco homem cruel
Assassino frio e calculista
Seus olhos sedentos de sangue olham para o réu
Já o considera do corpo uma alma banida
Homem corpulento e sem coração
Impaciente aguarda a ordem do juiz que está ao lado
Enconsta a lâmina do machado no chão
Não vê a hora de usar seu machado
Eis que o juiz dá a ordem
Um simples gesto com a cabeça
Muitos que assistem fecham os olhos
Até que a lâmina afiada desça
O carrasco ergue o seu machado
O segura firmemente com as duas mãos
Não pode dar nada errado
Ou ele sera trancado em uma prisão
De repente o silêncio é quebrado
A lâmina toca o mármore gelado
Antes o cesto que estava vazio
Agora está cheio com a cabeça do condenado
O carrasco se quer sente emoção
Vira de costas, olhar frio e vazio
Vai embora arrastando seu machado pelo chão
Enquanto o corpo ainda "vivo" se debate em agonia
O sangue jorra pelo ferimento causado
O juiz ameaça e diz com ironia
Aquele que o rei desafiar
Pelo meu carrasco será
Decapitado...