SOMOS RATOS DE LABORATÓRIO

Neste mundo de corpúsculos e quimera

Atrelado á força trucada e bruta

Na selva do dia-a-dia se esvai a minha luta

Dominando-me a jaula muda, me entrego à besta fera...

Cotidianos cinzas, paisagens sujas sem pano de fundo, inumano

Abutres de carniça humana sabem que somos seus aditivos

Se não os pagamos a missa é negra e nos evisceram vivos

Nesta seara de loucos e infames, ser lúcido é ser insano

Tubo de ensaio diário

Fazem-nos passar por todo tipo de experiência

Usam seus truques mórbidos, e dizem se chamar ciência

E como ratos de laboratório em sua presas, temos nosso escárnio

Sepulcros sem urros todos os dias são abertos

É a luta pela sobrevivência em nome da furtiva consciência

Que hoje o nosso maior tesouro seja a carência

Tudo o que nos falta hoje, está em terra sendo coberto...

Todos os dias jovens são abatidas à punhaladas da vã Parafilia

Não se mudam as leis por conivência e a impunidade impera

Entre rei e rainhas somos coringas sem direito a biosfera

Morféticos andarilhos minúsculos em cujo músculo a massa atrofia.