O NINHO
"O NINHO"
O ninho se partiu,
Repartiu-se o linho
Não sou mais o mocinho
Escureceu-se o branquelinho
Que de Querido
Nem ousa mais,
Ser seu marido
Vivo o descaminho
Caminhada de volta
De uma devota
Que cobra tudo
Como serpente
Que é viva e morta
Para sua resposta de ficção
Que cobra
Para que tudo aconteça
Para que apodreça da terra
Para que na guerra se encha do fosso
Para o gozo de toda a galera
Para que quando os tenha em sua cama
O desgosto venha a escorrer por suas pernas
Espessa vaga
Mácula que não causa pena
Venha à cena,
Choupana,
De vento que desacampa
Quando se reclama
Da pecha
Brecha que descamba em agrura
A Lamúria voltada em muitas
Penúria acovardada em multas
Para o alimento de sua besta fera
Arresto de uma alma,
Sem crista
Que desgalhada a anistia
Que jamais,
Poderia ser bem quista
Nem por comparsas,
Nem por todos
Nem em outras comarcas
Nem em coro,
Nem pelas massas,
Nem pelas praças,
Nem em couro,
Onde transformaria tantas pessoas,
Em touros
Para que então cedam à eucaristia
De seus filhos propostos
Incapaz, portanto,
De ser bem vista
Por ser apenas
O ouro dos tolos
Risca meu corpo,
Por inteiro
De unhas e de descomposturas
Mais férreo
Ferra meu lombo em declive
Ao seu despenhadeiro
Seu paradeiro recrimina
Para que se vista
Do vermelho
Que traz ao espelho
Visão surpresa de sua alma de trevas
Velha que prega a peça
E lhe apega suprema
Para um novo relacionamento
Ração para que por algum tempo,
Traga-lhe vida
Quirelas, seu preço,
É pago por elas
Pois dela,
Partirá o seu decênio.