A PORTA DA CERTEZA

A P O R T A D A C E R T E Z A

O convencional é tudo nos trilhos

Errado e certo, dois andarilhos

Mas o certo escorrega

Vem o vento e o carrega

Nem por isso vou me preocupar

Mas se pelos cantos esbarrar

As coisas certas... nem vou procurar

Conformo-me com as coisas fora do lugar

Enterrei a estupidez em ataúde de pinho

Para o certo conheço o melhor caminho

Já sabia desde a infância

Quando depus as armas da ignorância

Se ninguém vir, não importa...

Para eu abrir, a porta

A da certeza procurei a esmo

Achei-a! Em mim mesmo

É o arrastar pela idade, o pé no chinelo

É o vibrar das cordas do violoncelo

É o pouco saber, mas saber bem!

É o ler e o escrever também

É ter certeza de estar certo!

Pode ser que eu precise de tristezas

Para saber o que são alegrias

Talvez tenha aversão e fobias

Porém também esperanças e belezas

Quero apenas sorrir

Nada vai me diminuir

Toco adiante meu entender

Sem interferir no seu jeito de ser

Para mim, o fim é um novo começo

Talvez o mundo foi virado do avesso

Ou será que foi colocado certo

Eu é que o vejo ao inverso?

(novembro/1982)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 15/02/2011
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