PEDAÇOS DE MIM
I
Meus versos são pedaços de mim
Vivendo na orgia desta vida errante
Quero morrer deixando um perfume
Nas plagas da existência fascinante
II
O tempo que tudo devora e consome
Há de buscar-me no dia derradeiro
Deixarei a vida carregando os versos
Com’água da chuva escorre pelo bueiro
III
Mas ainda quero viver e beber perfumes
Ser como o bálsamo a perfumar o machado
Que o fere e lhe faz tombar mesmo assim
Beleza infinda que a vida tem demonstrado
IV
Mas quando eu dormir e não acordar pra sempre
Não quero choro nem velas, apenas festa e cetim
Ficará o adeus aos meus amigos, filhos e colegas
Levarei meus versos, pois são pedaços de mim.