Realismo
José Feitosa da Silva
(JFeitosa)
Eu! De uma janela,
Fico olhando na passarela.
Um monte de gente bela,
De pensamento aquarela.
Que no rosto idôneo de cumprir,
Praticam a arte de fingir.
Ocultando a tristeza de sentir,
Engolindo... Ao invés de cuspir.
Por trás das vestes e sapatos,
Tramitam os corpos mutilados.
Pela culpa direta dos safados,
Além dos míseros salários.
E na conjectura de viver.
É assim o carma de cada ser.
Condensados plenamente no querer,
Afônicos pelo ato de sofrer...
É assim que vejo das janelas,
Quando olho em todas as passarelas.
Aquele monte de gente bela,
De pensamento aquarela.