De-marcado.

De-marcado.

O corpo traz as marcas que a vida deu.

Os olhos dizem o que a boca não consegue falar.

O coração se gela a cada novo luar.

Um dia após o outro vive.

Um novo dia que não traz nada de novo.

E o sol que brilha na manhã seguinte

Já não tem o mesmo sentido,

Já não faz

o mesmo calor.

Aquecendo por fora

Congela por dentro

Cada vez mais.

Em cada sorriso,

Em cada gesto de felicidade

Deseja que o tempo não mais exista.

Quando volta ao mundo real

A sensação é de que

Nada dura por muito tempo.

E que o mesmo tempo

É o necessário pra se atingir

A felicidade.

Felicidade essa

Que esperamos por muito tempo.

E que às vezes dura algum.

Enquanto a vida

Decide-se de que jeito vai brincar

Arrisca-se a viver.

Porque o viver

É o risco que se corre

Pra ser feliz ou não ser.

E se o sofrer

Ainda não é o bastante,

Arrisca-se mais e mais.

Pra que algum dia descubra

Se é mais forte que ele.

Ou se de tanto lutar se exauriu...

Bruno Lopes / 2006

Bon mot
Enviado por Bon mot em 23/10/2010
Reeditado em 24/10/2010
Código do texto: T2573638