ILUSTRE DESCONHECIDO
Você
que passa e repassa
e que me olha sem graça,
Ilustre desconhecido.
Meu amigo, ou melhor, meu inimigo.
Você que não fuma e traga.
por favor me traga
uma nova definição
do lilás.
Meu irmão desconhecido,
meu abraço, meu desprezo.
Você não existe mais!
A glória nua é extranha,
mas, a rua está molhada
de óleo e lágrimas abortadas.
Você que não cheira cola
você que não cheira coca,
mas que bebe coca-cola
i n d i f e r e n t e
ao mundo que arde!
Você, não ilustre conhecido
que não pode
ou não sabe ver:
Um rabo de saia
um rabo sem saia
um rabo.
Me dá a impressão,
que as fêmeas são astrais.
Você que corre e não acha
tempo, mas que proseia
sobre assuntos banais.
Você da fila, da praça
você que não pensa mais
que perdeu a identidade
que não existe, não ama
sobrevive e sobressai.
Você informatizado, conformado
mas, que anda armado.
Você,
qaunto mais come, mais fome
quanto mais sede melhor.
Diga-me: com que "ondas"
eu não te direi quem és,
e nem me direi quem sou.
Você de cara pintada
você de carro-carroça.
Você que veio da roça
que atropela, que extrapola
você que vai à escola
e não aprende a sonhar...
Álvaro Francisco Frazão.