A faca e o beijo
O Poeta melhora o Homem!
A sutileza da faca disfarça a deselegância da fera de cortar com os dentes
O beijo também comporta algumas sutilezas
Da faca concavidade ao convexo do beijo
Quando a faca chegou, o beijo se encontrava existente
A faca é como fé sem razão
No beijo se procura razões com ou sem fé
A faca corta o superficial da carne, o beijo corta na alma
A face da faca é lamina, o beijo tem suas multifaces
Na faca a ferida é cega, o beijo que fere te olha o olho
Na faca pode-se manipular, o beijo o próprio manipulador
Da faca te afastas do beijo aproximas
O beijo prepara o terreno pra lamina ocupar
Se a faca repousar mortalmente em você, ainda terás algum beijo!
Não me beija a face o inimigo, não me entrega a trocado moedas, dobrões. Não me delata!
Maurício Rodrigues