Sem pé nem cabeça
Versos desfilam sem-vergonha
Passam na passarela aos olhos nus
Uns todos arrumados, nem tanto outros
Parecem loucos, que desgosto!
Manequins magros sem consistência
Atropelados por seus próprios passos
Vão de qualquer jeito, sem cadência
Sem enredo, fora do compasso.
No passo que faz caminho sem rastro
Na pedra do talento tropeçam e caem
Aplausos soam apressando a despedida
Pouco importa as feridas.
Na verdade, entre ser ou não ser
A leitura que se ver é de pouco prazer
Do lamento ao amor poesia chora de dor
Quando rir nem sempre o poeta é o manequim.
Jamaveira®
Imagem: Do Google