Estado sul
Ê como é bom te oiá
quando o sol beija na serra,
e a laranjeira do canário
primeiro canto encerra.
E a seriema dentro do mato
piano toda dengosa,
vai chamando o seriemo
pra uns dedinho de prosa.
Êta como é grande
o teu rio todo prateado
e a cheia das vazante
no teu colo abençoado!
Onde a parda soberana
prenhe, de sangue cansada
dorme na galha do ipê,
foi sua a grande caçada.
E tuiuiú pesca caipira
peixe de beira de estrada,
e o quero-quero aventureiro
anuncia: Partida!
Chegada!
Êta cheiro de barro novo
pisado em beira de brejo.
Onde o guará se esconde?
Na vida como te invejo!
Nas poucas horas que tive
pra escreve esses verso,
vi tanta beleza junta
que não cabe no universo.
E inté quando a lua
apontou no firmamento,
eu fiquei aqui sentado
achado nos sentimento!
MATO, é bom ti tê,
GROSSO pra rede armada,
DO sonho de bem querê,
Sul meu de gente afamada!