Estado sul

Ê como é bom te oiá

quando o sol beija na serra,

e a laranjeira do canário

primeiro canto encerra.

E a seriema dentro do mato

piano toda dengosa,

vai chamando o seriemo

pra uns dedinho de prosa.

Êta como é grande

o teu rio todo prateado

e a cheia das vazante

no teu colo abençoado!

Onde a parda soberana

prenhe, de sangue cansada

dorme na galha do ipê,

foi sua a grande caçada.

E tuiuiú pesca caipira

peixe de beira de estrada,

e o quero-quero aventureiro

anuncia: Partida!

Chegada!

Êta cheiro de barro novo

pisado em beira de brejo.

Onde o guará se esconde?

Na vida como te invejo!

Nas poucas horas que tive

pra escreve esses verso,

vi tanta beleza junta

que não cabe no universo.

E inté quando a lua

apontou no firmamento,

eu fiquei aqui sentado

achado nos sentimento!

MATO, é bom ti tê,

GROSSO pra rede armada,

DO sonho de bem querê,

Sul meu de gente afamada!

Gauto
Enviado por Gauto em 11/04/2008
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