ALVORADA ( Rondó caipira) - veja o audio na seção de voz

ALVORADA
Grigóriu dus Matus
( Heterônimo de Jorge Linhaça
em homenagem a Gregório de Mattos )

O sór sóbi bem di mansim...
lá pur destrais du calipar,
acordanu us passarim
alumiando o quintár...

As borboleta avua ligêro,
pôsa nas flô, di mansim,
acho que elas gosta du chêro,
das rosa du meu jardim...

Vem o sol que me alumia,
vai Rosinha pro fogão,
No meu chão, que alegria,
rompe o dia no sertão...

O galo véio, atrevido,
começa gritá no morão,
cum u seu canto ardido,
acordanu as criação.

As galinha cisca u terreru,
os pintim vai logo atráis,
Us porco lá nu chuiquêro,
um arruacêro já faiz..

Vem o sol que me alumia,
vai Rosinha pro fogão,
No meu chão, que alegria,
rompe o dia no sertão...

Minha vaquinha leitêra,
já mujiu me chamando,
a água lá na chalêra,
já tá quas'esquentanu..

Meus cachorro tá latinu,
querenu mi cumprimentá,
é só o sór ir saindo
que eles logo corre pra cá.

Vem o sol que me alumia,
vai Rosinha pro fogão,
No meu chão, que alegria,
rompe o dia no sertão...

Ié ansim qui acumeça,
us dia qui no roçado,
us bichu fazenu festa,
i nóis tudim acordado.

Já qui nóis vai lida,
mas vai qui vai contente,
nóis qui gosta desta vida,
num querêmo sê diferente.

Vem o sol que me alumia,
vai Rosinha pro fogão,
No meu chão, que alegria,
rompe o dia no sertão...