TRAVEIZ SURURU NA CIDADE
Óia aqui, genti minha,
u caminho da floresta,
ventu da musga i seresta,
cantano tudo é alegria
e agora canto encantado:
- pois_ia, era pra sê sururu
- virô festa!...
fogaréu nu coração jururu,
o guru cururu foi pru céu,
e prá cima dus urubu
nóis virô u jogo da mesa
e giramo a roda da vida
qui di violença medonha
- a enfadonha já basta!
Sem puliça, sem ambulança,
sururu di briga si acaba
- óia u pé! - óia u braço! - óia u chão!...
di sangrá vaca, o valentão,
mão-na-faca, nos óios jabuticaba...
Zé Navaia deu um sarto pro arto
- correu di medo u ladrão...
Na roda qui u povo abriu
num era mais fogo i fumaça...
São Juão veio prá praça
i prá começá a animação:
sanfona de sete baixos,
triangu, violão e cavaquin
- chorava nu choro u Denguim.
Era um choro diferente
coleirinha no arvoredo,
sabiá nu seu folguedo
e tico-tico nu fubá.
Pandero - um choro na dança
qui eu leve, tão fagueiro,
parecia inté criança.
Como sentí é mais que oiá,
Rosinha, nus passinhu uma deliça,
nos meus braço, bem roliça,
nus meus braço a lhe apertá.
Cherosinha, i seu jeito maneirinho,
nus meus braçu dei u abraçu
prá - nu dançá - si sabê u que é sonhá.
A noite veio, toda cheia di carinho,
no lençol da lua-cheia,
e as estrelas em seus lugá.
Dançamo muito prá intonces discansá...
A lua veio prá janela...
Beijei Rosinha nu clarão du rosto dela
prá não mais tê...u qui falá...